quarta-feira, 10 de março de 2010

A falta que faz um vírgula...

Professores! Reforcemos o estudo do emprego da vírgula. Que falta ela faz em alguns casos rsrssrsrsr









sexta-feira, 5 de março de 2010

(...)
O cesto de roupa suja está transbordando. Ele remexe as peças; escolhe a camisa verde e a calça preta que usara dois dias antes. "Nem suei tanto na terça-feira". Aquele movimento faz com que pequenas moscas se dispersem e logo migrem para o novo alojamento: a cozinha, mais precisamente na fruteira repleta de frutas podres.
Dá umas batidinhas para tirar a poeira e desamassar um pouco.
Já vestido, dá uma última olhada no espelho. "Estou pronto!".
S não sente os odores que exala. Dentro do elevador a falta de ventilação contribui para o massacre olfativo dos demais moradores. O "bom dia" de muitos era descer 10 andares sentindo aquela catinga abafada, um fedor morno de quem não tomou banho.
Já a experiência olfativa daqueles que compartilham com S um dos vagões no trem não é a mesma. Desta vez é o azedume. Sim, porque antes de chegar a estação, S caminha quase 1km em rua não arborizada, sob sol escaldante.
As pessoas afastam-se. Como pode? Um homem de boas aparências, bem penteado (o cabelo organizado e molhadinho de gel) ? Uma miscelânia de cheiros ruins. O desodorante já era.
Segue ao escritório. Sua função? Bombril. Eficiência total em entregas externas. Transpiração a mil sempre!
Dona Rita, a secretária que sempre determina as tarefas a serem realizadas, pensa: "Como dar um toque para S sobre a fedentina ?"
S finaliza mais uma jornada 'transpirante' de trabalho. Faz o percurso contrário da ida. Volta. Desta vez, socializando um odor mais apurado, quase que insuportável.
Chega em casa. Joga as chaves sobre a mesa. Come alguma coisa na sala assistindo ao telejorna. Tira os sapatos; descola as meias dos pés; deposita a roupa no cesto. "Estou exausto!", resmunga. Vai ao banheiro, lava o rosto. Do espelho vê a cama chamando-o para novos sonhos. Enxuga o rosto com força.
Já deitado, abre as pernas na direção do ventilador. Aquele vento forte espalha a catinga de virilha suada. O roça-roça das pernas flácidas do andarilho S e a ojeriza a banho fazem com que esta região seja um tanto escura e encaroçada.
O vento bate fortemente e vai secando toda a sudorese do corpo ficando apenas a camada de gordura escura, expelida pelas incasáveis glândulas sebáceas de S, que não param de trabalhar.
O sono chega e ele adormece com a leveza de quem faz o mesmo após horas na ducha ou na banheira.
The End
Marcela Silva

segunda-feira, 1 de março de 2010

Um dia sujo com S

Os dias de S sempre começam ao som do irritante despertador.
Se espreguiça na cama, olha pro lençol e pensa: "Tá precisando de uma lavadinha. Talvez na próxima semana eu encontre um tempinho para isto."
O lençol de S mais parece o Santo Sudário (lenço que, possivelmente, guarde as marcas seculares do corpo d Jesus Cristo). Ao forrar a cama, lá está a silhueta encolhida, disforme e amarelada do seu corpo.
Ele segue ao banheiro. Urina. Balança. Diferente da maioria, não adentra no box para tomar a ducha. Pra quê? Já tomou banho ontem antes de ir ao trabalho. Nada melhor que um bom perfume e um gelzinho no cabelo.
Vai à cozinha. A pia está tomada de pratos, panelas impregnadas d gordura e restos de comida. No canto da prateleira, uma fruteira com duas laranjas podres e uma goiaba prestes a explodir de tanto tapuru.
Lava apenas alguns talheres e a xícara q vai usar para tomar o café da manhã. Senta a mesa e come. Espana as mãos e rotorna ao quarto.
Em frente ao espelho ele fica olhando, por alguns segundos, sua imagem refletida. Precisa apressar-se! Sente um cheiro estranho pelo seu corpo. Começa a examinar-se. Ao levantar um dos braços logo descobre a procedência. Irrita-se ao lembrar da propaganda do desodorante aerosol que comprara. Promessa de 24h sem transpiração. Pura balela.
Aciona a válvula e deixa que aquela nuvem d cheiro tome conta dos seus sovacos e do restante do corpo.
Agora é hora vestir a roupa...